O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) participou do estande da biodiversidade da Emater/RS-Ascar, na área dedicada à agricultura familiar da ExpoCamaquã 2024, entre os dias 16 e 18 de agosto. A equipe de Gestão Ambiental das obras de duplicação da BR-116/RS (Guaíba - Pelotas) disponibilizou diversos recursos didáticos utilizados nas atividades de educação ambiental do empreendimento.
Durante a feira de negócios do município de Camaquã e região, a autarquia apresentou, principalmente, os projetos que são realizados por meio dos programas de monitoramento e controle relacionados à fauna. Além de conhecer a exposição dos animais taxidermizados (empalhados), que é realizada em parceria com o Museu de História Natural da Universidade Católica de Pelotas (MUCPel), os visitantes puderam aprender mais acerca dos rivulídeos, uma espécie de peixes ameaçada de extinção e que é encontrada no perímetro da rodovia.
Diversos produtores rurais e alunos das instituições municipais de ensino da cidade, como também da unidade agropecuária da Escola Chequer Buchaim, formaram o principal público do espaço, que contou ainda com uma gincana, promovida pela Emater.
Saiba mais sobre os rivulídeos
Os peixes-anuais ou peixes-das-nuvens – duas maneiras pelas quais também são conhecidos os peixes da família Rivulidae – vivem por pouco tempo e dependem das chuvas para a eclosão de seus ovos. Medindo menos de cinco centímetros em sua maioria, boa parte das espécies é registrada em várzeas, banhados e charcos que se mantém alagados entre seis e oito meses por ano. Nesse período, ocorre sua reprodução. Com a seca da área, os adultos morrem, mas os resistentes ovos desses animais permanecem aguardando até a chegada do período chuvoso seguinte, em um processo chamado de diapausa, quando então um novo ciclo de vida é iniciado.
Em torno de 40 espécies de peixes-anuais ocorrem no Rio Grande do Sul, sendo a maioria endêmica, ou seja, encontrada somente no bioma Pampa gaúcho. Devido à distribuição geográfica restrita (alto endemismo), e à fragilidade de seus habitats (rasos, alagados temporariamente e de dimensões reduzidas), os quais são altamente sujeitos à ação humana, os peixes-anuais são considerados os animais vertebrados mais ameaçados do Brasil e de toda a região Neotropical. Também por essas características, são considerados grupo-alvo em estudos e processos de licenciamento e monitoramento ambiental de empreendimentos.