O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) realizou, entre os meses de abril e maio, o transplante de 23 exemplares de corticeira-do-banhado, 13 butiás e duas figueiras, durante as atividades de supressão vegetal das obras de duplicação da BR-116/RS (Guaíba – Pelotas), nos lotes 1, 5 e 7 respectivamente. A ação é parte do Programa de Monitoramento e Conservação da Flora do empreendimento, por meio do qual são definidas as medidas para o resgate e replantio de árvores ameaçadas de extinção ou imunes ao corte. O objetivo principal é contribuir para a manutenção da biodiversidade e a regeneração de parte do habitat e da flora local.
Todos os exemplares de vegetação protegida foram previamente identificados e, desde o início das obras na rodovia, vêm sendo realocados em lugares com características similares ao de origem, para melhor adaptação. Até o momento, foram transplantados 4.238 exemplares, que atingiram uma taxa de sobrevivência de 60,6%. O índice é considerado satisfatório, atestando a adequação do método adotado.
Antes do transplante, a árvore é podada com o auxílio de motosserra, para que sejam retirados seus ramos mortos, danificados e doentes. O processo varia conforme a espécie que será extraída, a fim de proporcionar a retirada segura do exemplar, ativando os mecanismos metabólicos da planta, necessários para evitar a sua contaminação por fungos e promover o seu desenvolvimento saudável.
O local do transplante é escavado a uma profundidade de 1,5 a 2 metros, dependendo do porte da árvore e do torrão de solo, o qual deve mantido no entorno das raízes como parte do sucesso do procedimento. Também é fundamental o uso de maquinário compatível, prevenindo lesões nos caules. Para a remoção e transporte da planta, podem ser utilizadas cintas ou cabos de aço. Na sequência, o exemplar deve ser plantado na mesma posição da qual foi retirado, com o objetivo de facilitar sua adaptação ao novo ambiente. Por fim, é preciso que, durante a primeira quinzena, ele seja irrigado no início do dia ou no fim da tarde, pelo menos duas vezes na semana.
Depois de executado o procedimento, são realizados monitoramentos trimestrais por três anos. Passado esse período, caso o resultado do transplante não tenha sido efetivo, a reposição florestal é realizada, sendo plantadas 25 mudas para cada árvore morta.