O Departamento Nacional de Infraestruturas de Transportes (DNIT), por meio da Gestão Ambiental da duplicação da BR-116/RS (Guaíba a Pelotas), realiza a cada três meses o monitoramento da fauna no entorno da rodovia. Com o intuito de identificar as espécies que vivem próximas e se estão sendo acometido de algum impacto causado pelas obras, a equipe do Programa de Monitoramento de Fauna e Bioindicadores aplica diversos métodos para o estudo das aves, répteis, anfíbios, mamíferos e peixes.
Por intermédio das técnicas auditivas e visuais, busca-se coletar informações sobre possíveis alterações nesses grupos para distinguir quais estão sendo afetados pelo movimento da obra e de veículos na rodovia. De posse dessas informações, a equipe do Programa pode sugerir medidas mitigatórias.
No estudo direcionado às aves são realizadas amostragens mediante pontos fixos em formações florestais (matas ciliares dos arroios, rios e plantações de arroz). Outro procedimento utilizado é o monitoramento de transecções lineares em locais de pecuária e de orizicultura.
Nas áreas de amostragem florestais são definidos quatro pontos de escuta próximos à rodovia, onde são contabilizados os encontros efetuados no período de dez minutos em cada local. Após completar o tempo estabelecido em cada ponto, se distância 200 metros do primeiro local e iniciasse uma nova contagem.
A metodologia de transecções, em áreas campestres, consiste na escolha de pontos na rodovia onde são percorridas a distância de 100 em 100 metros entre si e são contabilizadas as aves através de encontros visuais e auditivos.
Nas 24 campanhas de Bioindicadores já realizadas no empreendimento, foi constatado que alguns grupos de aves procuram a rodovia para se alimentar, como os garibaldis (Chrysomus ruficapillus), pomba-de-bando (Zenaida auriculata) e rolinha-roxa (Columbina talpacoti), devido à grande quantidade de grãos encontrados nos acostamentos.
Também foram encontradas aves raras, como o pavó (Pyroderus scutatus), espécie de difícil visualização, pois vive no interior e nas bordas de florestas altas, especialmente em áreas montonhosas. Outros encontros registrados foram de aves do hemisfério norte, como o maçarico-solitário (Tringa solitária) e o maçarico-grande-de-perna-amarela (Calidris melametos). Já o flamingo (Phoemicopterus chileniss), registrada no município de Turuçu, tem origem chilena e é frequentemente encontrada próximo ao litoral, principalmente no Sul, em Tavares e Mostardas, por preferir viver em áreas de difícil acesso.
