A articulação entre o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e instituições que integram o Plano Nacional para Conservação dos Sistemas Lacustres e Lagunares do Sul do Brasil (PAN Lagoas do Sul) começa a gerar resultados na Costa Doce. O primeiro passo foi dado em maio deste ano, durante reunião promovida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) e, neste mês, a parceria possibilitou a implantação do projeto Quintais Orgânicos em duas comunidades tradicionais.
Desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o projeto incentiva famílias a cultivar alimentos em pequenos espaços domésticos, de forma sustentável, para consumo próprio, geração de renda e melhoria da segurança alimentar.
A iniciativa foi viabilizada pela equipe de Gestão Ambiental das obras de duplicação da BR-116/RS (Guaíba – Pelotas), com o intuito de apoiar populações lindeiras à rodovia, e contou com a parceria do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do Estado do Rio Grande do Sul (Sema/RS), Emater/RS-Ascar e Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária (FAPEU/UFSC).
Em Tapes, a comunidade quilombola Chácara da Cruz foi contemplada com o plantio de 20 espécies frutíferas – dentre elas uva, romã, jabuticaba, caqui e laranjas –, além de sementes de feijão e milho crioulo, três variedades de batata doce, uma forrageira, 12 espécies de plantas medicinais, somando 38 cultivos. Cerca de 33 famílias serão beneficiadas diretamente. O espaço escolhido foi uma área degradada, totalmente recuperada com a contribuição da prefeitura do município, e que recebeu a preparação dos especialistas da Embrapa. Também recebeu o benefício a aldeia indígena Coxilha da Cruz (Tekoa Porã), em Barra do Ribeiro, onde vivem, aproximadamente, 31 famílias da etnia Guarani.
Nos dois territórios, o desenvolvimento das mudas será orientado e monitorado por técnicos agrícolas, contando com o envolvimento das famílias.
PAN Lagoas do Sul
O Plano tem como objetivo melhorar o estado de conservação das espécies ameaçadas e dos ecossistemas das lagoas da planície costeira do sul do Brasil, promovendo modos de vida sustentáveis e tradicionais associados ao território. O apoio às comunidades faz parte desse conjunto de medidas e ganha reforço com a união de diferentes instituições.