O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) promoveu, no último dia 14, o workshop “Peixes-anuais e o licenciamento ambiental no Rio Grande do Sul” no auditório da faculdade Uniasselvi, em Camaquã. O evento, realizado em parceria com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, contou com a participação de Matheus Volcan, ecólogo da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), mestre em Aquicultura pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e doutor em Biodiversidade Animal pela Unidade Federal de Santa Maria (UFSM).
De acordo com Cauê Canabarro, educador ambiental da equipe de Gestão Ambiental das obras de duplicação da BR-116/RS (Guaíba – Pelotas), a atividade foi direcionada aos técnicos ambientais da região, mas também aberta a estudantes e demais interessados no tema. “Esse é um trabalho de divulgação que desenvolvemos em toda a extensão da obra para ampliar o debate e obtermos ferramentas de proteção da espécie”, explicou.
Os peixes-anuais
Os rivulídeos – nome científico de peixes conhecidos como peixes-anuais ou peixes-das-nuvens – vivem por pouco tempo e dependem das chuvas para a eclosão de seus ovos. Boa parte das espécies é registrada em várzeas, banhados e charcos que se mantém alagados entre seis e oito meses por ano. Nesse período, ocorre sua reprodução. Com a seca da área, os adultos morrem, mas os resistentes ovos desses animais permanecem aguardando até a chegada do período chuvoso seguinte, em um processo chamado de diapausa, quando então um novo ciclo de vida é iniciado.
Para as obras de duplicação da BR-116/RS, foram realizados diversos estudos preliminares e adotadas medidas com foco na mitigação de impactos ambientais negativos. Um dos cuidados ao longo da implantação do empreendimento tem sido a execução do Programa de Monitoramento de Fauna e Bioindicadores, que complementa o conhecimento sobre os animais da região e propõe ações para o manejo adequado e a conservação das espécies.
